Um crime bárbaro chocou os moradores de Silva Jardim, na Região dos Lagos, na madrugada de ontem. Quatro pessoas, três delas da mesma família, foram assassinadas na fazenda São Francisco, no bairro Lucilândia, na altura do quilômetro 239 da BR-101. De acordo com policiais do 35º BPM (Itaboraí), foram mortos o dono da propriedade, Odelon Heckmann, de 73 anos, o caseiro Adilson Amorim Ramos, de 43, a mulher dele, Lucinéia Nascimento Rangel, de 26, e a filha do casal, Luana Rangel Ramos, de nove.
Os corpos foram achados por volta das 8 horas por um funcionário da fazenda que chegava para trabalhar. Na ação, foram roubados um Gol prata de placa LOH-2293, uma escopeta calibre 12, uma espingarda calibre 22 e um revólver 38. As armas pertenceriam ao dono da fazenda.
O primeiro corpo a ser achado foi o do caseiro, que estava a cerca de 200 metros da casa. O cadáver apresentava sinais de asfixia mecânica provocada por uma algema de plástico, segundo peritos da Polícia Civil.
De acordo com informações da 120ª DP (Silva Jardim), onde o caso foi registrado, as outras vítimas foram encontradas com as mãos amarradas para trás em três cômodos da casa. Ainda de acordo com os policiais , os três teriam sido torturados e foram mortos com tiros na cabeça.
O titular da 120ª DP, Paulo Roberto da Silva, informou que o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte). Ele acredita que as execuções foram provocadas para evitar que as vítimas reconhecessem os assaltantes. "Acredito que eles tenham matado o caseiro por asfixia para ninguém ouvir os disparos. A morte de uma criança indica que houve queima de arquivo", disse o delegado.
Outra informação que será apurada pela polícia nas investigações será a de que o proprietário teria acabado de receber R$ 5 mil, dinheiro que seria proveniente do pagamento do aluguel de um estabelecimento na região. "Os corpos apresentam alguns sinais de tortura. Os homens podem ter chegado exigindo essa quantia. Vamos intimar parentes e funcionários para ajudar na elucidação do caso", frisou o titular, que se diz preocupado com o crescimento dos casos de assaltos nas fazendas da região.
Moradores perplexos com violência do crime
Para um pedreiro, que se identificou como ex-funcionário da fazenda São Francisco, Odelon Heckmann era uma pessoa respeitada e que não tinha inimigos na região. "Ele era uma pessoa supertranquila. Vendia cocos para toda essa região. Não conseguimos entender o porquê de tanta violência gratuita", salientou José de Brito, de 67 anos, que se juntou a dezenas de pessoas que permaneceram em frente à fazenda durante todo o dia de ontem, incrédulas com o ocorrido.
O ex-funcionário informou ainda que Heckmann morava no local há 40 anos e teria também uma pequena criação de gado. Segundo moradores da região, o empresário deixou esposa e um filho de 40 anos. Ainda de acordo com informações de vizinhos, eles moravam em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
O Fluminense
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