O ex-governador do Rio e agora pré-candidato do PR (Partido da República) à sucessão estadual, Anthony Garotinho, deu o tom do que será a campanha, acusando o governador Sérgio Cabral de ter adquirido, há cerca de seis meses, um andar inteiro no prédio onde mora, no Leblon, para transformá-lo numa academia de ginástica. “Ele comprou recentemente um outro andar e fez uma academia de ginástica”, denunciou Garotinho, cujo nome foi homologado durante o 1º Congresso Estadual do PR/RJ, realizado neste domingo (18), no Vivo Rio, no Aterro do Flamengo.
Garotinho acusou a primeira-dama do Estado, Adriana Anselmo, de ser sócia majoritária de um escritório de advocacia que defende os interesses de concessionárias e de fornecedores do governo.
- A mulher do governador advoga de forma ilegal para concessionárias e fornecedores do estado. Ela não é acionista minoritária. Ela detém mais de 60% das ações do escritório. Ela advoga para a SuperVia, que ganhou de presente a prorrogação do contrato pelo péssimos serviços que presta à população, advoga para o Metro e ainda para o grupo Facilit, que detém contratos no valor de R$ 1,2 Bi com o governo do estado – afirmou o ex-governador fluminense, para quem Cabral se transformou numa espécie de “síndico da Zona Sul” .
O encontro do PR no Rio de Janeiro reuniu cerca de 6 mil pessoas. Garotinho definiu sua candidatura "como a do bem", em contraponto à candidatura do governador Sérgio Cabral, à qual classificou como “a candidatura do mal".
- Aproveito para fazer um desafio a Sérgio Cabral. Que ele me processe pelo o que eu vou dizer: eu quero que ele prove e explique publicamente onde arranjou dinheiro para comprar sua mansão em Mangaratiba e dois apartamentos que tem no Leblon, o metro quadrado mais caro do Rio -, desafiou Garotinho, que também é presidente regional do PR.
Garotinho elencou algumas das suas principais realizações à frente do governo do Rio, bem como as de sua mulher e atual prefeita do município de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho, eleita como governadora do Rio no primeiro turno, nas eleições de 2002. Ele prosseguiu, afirmando ter se arrependido de ter apoiado Cabral nas últimas eleições.
“Eu faço o meu mea culpa. Por questões de governabilidade, tive que me aliar a essa gente, que está saqueando o estado. Eu sou candidato para não deixar Cabral fazer o que ele quer: ser candidato único. Vou revelar todos os podres de Cabral e de sua curriola. Vou desmascarar todos eles. O que eu disse aqui hoje é apenas uma pré-estréia. Insisto: eu quero que ele me processe. Tenho apenas a casa que herdei de meus pais em Campos e moro de aluguel. De onde vem o dinheiro do Cabral?. Certamente, não conseguiu o que tem com o dinheiro de senador, deputado e governador", afirmou o ex-governador.
Garotinho prometeu ainda construir 100 mil casas populares. Ele lembrou que com Cabral, nos dois últimos anos, foram investidos apenas R$ 4 milhões em edificações. O pré-candidato do PR afirmou que pretende, se eleito, reativar as bolsas de estudo para quem não pode pagar, frisando o compromisso de construir a Universidade da Baixada Fluminense.
Garotinho minimizou o índice de rejeição que, segundo os institutos de pesquisa, teria junto à população. "Quem governa sempre tem índices de rejeição. Não estou preocupado com isso. A Dilma tem rejeição, o Ciro Gomes tem. É normal. Vou governar para todos", prometeu.
E finalizou, sobre a falta de investimentos no atual governo: "O que o Cabral trouxe para o estado? Nada. A educação é uma tragédia. Os hospitais estão outro caos. A SuperVia e o Metrô é o caos todos os dias. O que tem foi o que eu e Rosinha fizemos. Com Cabral, ao contrário, o Rio está perdendo receita", disse.
Garotinho ainda classificou Sérgio Cabral de "síndico da Zona Sul", porque o atual governador, no seu entender, virou as costas para o resto da capital e do estado. "Vou governar para todos. Se vocês querem votar no síndico da Zona Sul saibam bem o que estão fazendo, porque ele vai continuar dando atenção apenas aquele pedaço da cidade, que merece atenção, sim. Eu e Rosinha despoluímos a Lagoa Rodrigo de Frreitas, a Barra da Tijuca, fizemos o emissário submarino da Barra e levamos o Metro até o Cantagalo. Mas é importante governar para todos", disse Garotinho.
Entre outros compromissos, Garotinho afirmou que irá implantar o bilhete único a R$ 2,50 com validade por quatro horas. Disse que vai revogar também todos os decretos feitos para beneficiar os empresários do transporte público em detrimento do transporte alternativo.
"Mais de quatro mil trabalhadores ficaram desempregados. Fui ao enterro de um jovem que ficou endividado porque acreditou em Cabral e foi prejudicado", contou o pré-candidato do PR ao governo do estado.
O nome do pastor Manoel Ferreira também foi indicado durante o congresso para concorrer a uma vaga ao Senado. A discussão quanto a um eventual apoio do partido à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência da República pelo PT foi adiada. O PR/RJ quer, antes, a garantia de que Dilma e o PT vão apoiar a candidatura de Garotinho no Rio de Janeiro. O Partido da República realiza sua convenção nacional no dia 18 de junho, ocasião em que os nomes dos pré-candidatos que irão concorrer pela legenda nas próximas eleições serão ratificados.O Professor Fraga e também pré-candidato a deputado federal esteve presente ao evento.
Willian Chaves com informações do Blog do Garotinho
